era um pescador
o homem que me ensinou a amar o mar
o via de cócoras na porta do seu casebre
remendando a grande rede
um negro alto
de mãos grandes
de olhos profundos
cheirava a mar
com a rede as costas
caminhava a passos lentos
em direção à prainha
descalço, sempre.
na ponte de madeira
eu me deitava para pegar siris
tinha minha redinha
era sempre no fim da tarde
na grande ponte de madeira
ao lado da prainha...
ali ouvia o sino dobrar as seis horas
via o entardecer
ouvia as suas histórias
as ondas do mar bater levemente
ele cozinhava pra nós alguns siris
e assistíamos o sol deixar o céu.
meu amigo pescador me dizia:
- agora é hora dele ir ...
clarear outras bandas
outras terras ...
outras gentes...
foto carlos matos
há sempre algo que me denuncia mesmo quando escrevo português e não berbere ... porque será?
ResponderExcluiro signo marca.nos e persegue.nos ,como a pesca persegue o pescador
não sei bem se é a pesca que persegue o pescador ou se o pescador persegue a pesca
não interessa
ou interessa
apenas
o gosto bom de te ler
pescado
um bêje!
este teu poema fez-me recordar o Siddharta de Herman Hesse...
ResponderExcluirlindíssimo.
Bonito demais!
ResponderExcluirTema forma conteúdo imagem.
Sai feliz daqui
Bjs
Sr. do Deserto
ResponderExcluirrealmente não importa...ambos perseguem.se.
e eu a ti e tu a mim...nos cantos das palavras.
um abraço
cordda
EfeMerum
ResponderExcluiré bem possível...
agradeço o elogio.
cordda
Non
ResponderExcluirAgradeço. tentei que a lembrança fosse o mais próxima do que vivi.
e se saiu feliz é porque o consegui.
cordda
Couto
ResponderExcluirjá lá estive e voltarei ao Cabaré das memórias revividas.
gostei
cordda