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segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

apanhador de almas


chamam.me apanhador
eram centenas delas
almas que um dia vi
o lugar grande, árvores centenárias
concreto, terra,
escura e esfumaçada terra
todo o lugar
história de um tempo
eram muitas as almas
lembro.me
ouvi.as,
vi.as
estavam lá ansiosas
eu apanhava cada uma delas
trazi.as com minhas mãos
caminhavam para o lado
em que morno era o sol
era o outro lado
que deixava.as
as almas intensas
surreal dia em que vivi
de pé
ao portão com centenas de almas
faces...voltadas para o branco céu
eram almas...sem morte
só almas que a mim cabia
levar para o outro lado
deixei.as ao fim daquele estranho dia
.....
mas,
ainda
chamam.me apanhador
pois que um dia
fui apanhador de almas
foto Ilona Wellmann

8 comentários:

  1. antes apanhador de almas do que de ameijoas ... a apanha aos moluscos está interditada ... em Portugal ... malandros!!!!!

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  2. "uma vez, na rua, cruzei-me com um apanhador de conchas. tinha os olhos feridos pelo sal, as mãos abertas pelo ácido das marés os lábios gretados por versos inacabados. recitou-me fórmulas do campo; anunciou-me a verdade de antigas profecias. olhei para cima: e o céu continuava azul, como se nada se passasse. mas ele abriu o cesto das conchas; e um movimento de caranguejos mostrou-me o fundo da existência. talvez eu estivesse a falar com um morto; ou as suas palavras me distraíssem do verdadeiro significado das coisas."para que serve a poesia, afinal"? e continuou o seu caminho, para que eu seguisse o meu, como se nunca nos tivéssemos encontrado".

    nuno júdice, as coisas mais simples

    o seu texto fez-me pensar neste. ambos muito bons. um beijinho.

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  3. a sério: calou fundo, seu Poema!Belo!
    (ai, ai as ameijoas!)
    :-)

    GraTa, cordda!

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  4. Martins

    por certo.
    deixar a natureza no seu canto.


    Cordda

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  5. Alice

    obrigado.gostei de tua visita.


    Cordda

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